Através desse mês Maio Maior lanço o Várzea daCaatinga, meu 3º CD.
Não sei como foi para cada quem, mas ultrapassar
essa barreira dos 2 discos se encheu de um significado simbólico forte, no meu
caso. Trata-se de um retorno ao estúdio após o disco anterior, 8 anos atrás. Só
isso já se converte num dado que faz a minha volta às gravações nesse formato
um fato. Mas o mais importante é o que liga minha música diretamente à (música)
do meu pai, Zé de Cezário, a quem dediquei o meu trabalho novo. Ele me conta
que tocou ieieiê nos forrós do
sertão, quando a jovem guarda emulou o rock, e que os homens dançavam soltos no
salão. Nesses xotes, toadas e baiões que compõem os ‘forrós magnéticos’ desse
disco é a ele que rendo a graça de tê-lo como um mestre musical.
Tem ainda o fato de que Várzea da Caatinga é o nome de
origem de uma cidadezinha do oeste potiguar que teve o topônimo alterado para Rafael
Godeiro, o que me causou a motivação para intitular o disco e assim procurar
abrir uma discussão acerca dessas mudanças tão comuns nos municípios, normalmente
adotando outra denominação a partir de manobras politiqueiras e não pela
vontade de seus habitantes. Para esse fim estou publicando também o ManifestoLOCAU!.
Estou, por fim, ao adotar esse roteiro para as
primeiras ações locais de lançamento, aproveitando a oportunidade para promover
o CD, propondo concretamente uma maior interatividade com o público de Natal, a
imprensa, os produtores culturais, as rádios, blogs, críticos e demais, no sentido
de contribuir com o crescimento da nossa riqueza musical.